Advogada que questiona gestão Brandão defende entidade investigada por fraude bilionária no INSS


Clara Alcântara Machado atua em mais de 50 ações no TJ-MA representando instituição alvo de operação da PF. Escritório dela teria ligação com filho do ministro da Justiça.


Uma investigação exclusiva revela que a advogada mineira Clara Alcântara Botelho Machado, conhecida no Maranhão por representar ações contra a gestão do governador Carlos Brandão (PSB), aparece como defensora em dezenas de processos ligados a uma entidade investigada pela Polícia Federal (PF) por fraudes bilionárias no INSS.

Levantamento feito junto ao Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) mostra que Clara Machado atua como advogada em mais de 50 ações judiciais em defesa de uma instituição apontada como um dos principais alvos da operação federal deflagrada no último dia 23.

A investigação da PF mira um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, que podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões, envolvendo entidades privadas e servidores públicos. Entre os alvos está uma instituição com sede em Fortaleza (CE), representada por Clara em milhares de processos judiciais. A advogada também possui contratos com outras entidades sob investigação, como a APPN Benefício e a COBAP (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas).


Laços com filho de ministro


Outro ponto que chama atenção é a possível conexão do escritório de Clara com Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Segundo apuração, Enrique também representa instituições investigadas pela Polícia Federal. Documentos apontam que, em dezembro de 2024, o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) contratou o escritório do filho do ministro, além de outras duas bancas, com o objetivo de manter convênios com o INSS que permitem os polêmicos descontos em folha dos aposentados.

Fontes ligadas à investigação afirmam que Clara mantém ligação direta com representantes legais e operacionais da entidade investigada, que teve documentos e computadores apreendidos. Há suspeitas de que o escritório da advogada mantenha contrato estável com a instituição desde antes da operação.

O caso envolve ainda outros advogados sócios do mesmo escritório que representa Enrique Lewandowski, que aparecem como defesa nas mesmas instituições que Clara.

As investigações da Polícia Federal devem se aprofundar nos próximos dias, podendo revelar novos nomes e vínculos contratuais comprometedores.

Até o momento, os envolvidos não foram localizados para comentar o caso.


Confira o inquérito;

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